Que a Carta Capital e a Veja não se bicam a tempos, isso a gente já
sabe. Ambas adotaram linhas editoriais em campos ideológicos totalmente
opostos. Nada tenho contra isso. Muito pelo contrário, em uma democracia
com imprensa livre, esse antagonismo não é só aceitável como
extremamente necessário e saudável.
Agora, tudo tem limite.
Quando a coisa sai do profissional e vai para o lado da agressão
pessoal, temos que parar para refletir. Confesso não ser muito fã do Sr.
Diogo Mainardi, mas o que o Sr. Mino Carta teve a coragem (ou a falta
de caráter) de dizer sobre o filho deficiente do colunista da Veja é
algo impublicável! Atitude rasteira, imoral e indecente.
Todo
filho é especial, uma benção na vida dos pais, não importa sua condição.
Jamais serão um castigo, não importa quantas mentes imorais pensem o
contrário.
Lembro de um Vasco x Botafogo, no ano passado, jogado
na Ilha do Governador (o Maracanã estava em reformas para o pan.) Em um
certo momento, o atacante Romário passou perto do alambrado onde estava a
torcida botafoguense. Um infeliz gritou algo do tipo: "Vai cuidar da
tua filha retardada!" Na mesma hora o restante da torcida que estava no
local cercou o sujeito para tirar satisfação, indignados com aquele
comportamento. Não fosse a pm, o sujeito teria apanhado ali mesmo. O que
prova que caráter não vem de posição social ou status, mas de uma
sólida educação moral. Algo que os torcedores do Botafogo tiveram. Algo
que o Sr. Mino Carta demonstrou não ter.
Deixo aqui meu apoio e
admiração ao Mainardi, não pela humilhação sofrida, mas pela postura
adotada, de não responder a algo tão baixo e vil. Eu, se estivesse no
seu lugar, não teria essa nobreza de espírito. Teria feito como o Olavo
de Carvalho sugeriu brilhantemente em sua coluna: dado uma sova no
infeliz no meio da rua e em plena luz do dia, para ficar registrado.
Com família não se brinca. Especialmente com filhos.