Ontem o mundo perdeu o genial economista Milton Friedman, ganhador do
prêmio nobel, "fundador" da escola monetarista de Chicago e uma das
maiores personalidades do meio acadêmico contemporâneo.
Liberal
radical e polêmico até a alma, Friedman ousou desafiar as idéias de
Keynes no auge dos anos dourados do Estado de bem-estar social. Alertou
para o crescente gasto dos governos, principalmente a gantança
previdenciária e os crescentes benefícios sociais, que acabaram
impactando nas pressões inflacionárias das décadas de 70 e 80.
Friedman
teorizou sobre o controle da inflação através da regulação da oferta
monetária, conhecido hoje como "regime de metas de inflação", utilizado
atualmente pela maioria dos bancos centrais no mundo, através das
práticas de mercado aberto (venda e recompra de titulos públicos).
Autor
da famosa frase: "There's no free lunch.", ou seja, tudo tem seu custo,
nada é de graça, para alguém ter um benefício, alguém tem que pagar o
preço do outro lado.
Friedman, como bom liberal, era avesso à
intervenção e regulação do mercado pelo governo. Um dos grandes pais do
liberalismo moderno (não usarei neoliberalismo pelo conceito pejorativo
que foi erroneamente atribuído ao mesmo).
Friedman também foi
conselheiro econômico do governo Pinochet, no Chile. Preparou as
principais cabeças chilenas para as reformas liberais que permitiram ao
pequeno e montanhoso país sul-americano subir ao patamar em que se
encontra hoje, uma "ilha" de desenvolvimento dentro do turbulento oceano
latino-americano.
O mundo acordou menos sábio hoje. Lutemos para
que suas idéias não morram também. Lutemos para que os alunos no ensino
médio e superior deste país, que constantemente sofrem lavagem cerebral
de seus professores mais "engajados" politicamente, não leiam somente O
Capital, de Marx, mas também Capitalismo e Liberdade, de Friedman, para
que possam enxergar o mundo de forma mais ampla, com os olhos mais
abertos, e que possam fazer suas escolhas ideológicas tendo provado
todas as fatias da pizza.
Não há nada mais liberal do que a liberdade de escolha. Seria uma justa homenagem a Friedman.
Obrigado, Mestre!