marți, 27 noiembrie 2012

Nocaute

Sofri um nocaute. E dos bem dados.

Fiquei acordado até as 2 da manhã na segunda acompanhando a apuração das eleições no Vasco da Gama, ávido por ver o maior ídolo do clube, apoiado por um grupo de empresários de sucesso nos seus respectivos ramos, sendo aclamado como novo presidente da agremiação. Perda de tempo. Acabei vendo uma lamentável cena, na qual puxa-sacos e escudeiros do Dr. Eurico hostilizavam Roberto Dinamite enquanto comemoravam a vitória da pouca vergonha.

O vascaíno que votou no Eurico é uma cópia fiel do brasileiro que vota no Maluf, no Pallocci, no Severino Cavalcanti, nos mensaleiros... O brasileiro do "rouba mas faz", que quer dar uma de falso pragmático, esquece seus princípios (aliás, nunca os teve) em troca de benefícios pessoais. No caso do Vasco, não importa se o Eurico é um salafrário, 171, mafioso, bandido, autoritário, truculento, anti-democrático. Importa que a piscina foi reformada, as churrasqueiras do clube estão limpinhas, enfim, importa que EU SÓCIO tenho meus benefícios. O resto que se foda. Os fins justificam os meios.

Como pode um homem sozinho destruir uma história de 108 anos de democracia, de luta contra o racismo, contra o preconceito, de surgimento e fortalecimento de um clube verdadeiramente popular, nascido em um bolsão de miséria, nos subúrbios, longe dos holofotes da imprensa e da badalação da zona sul carioca?

Se estivesse vivo, o que estaria pensando Cândido José de Araújo, primeiro presidente negro da história dos clubes do Rio, eleito na longinqua e racista 1904, apenas 16 anos após a abolição da escavidão no Brasil?

Se estivesse vivo, o que estaria pensando José Augusto Prestes, presidente do Vasco em 1923, quando o clube, após ser campeão carioca pela 1ª vez utilizando 12 negros e mulatos no time, preferiu abandonar a liga carioca de futebol a ter que excluir estes mesmos 12 atletas de seus quadros, conforme imposto pelos "clubes dos bons moços de familia" da zona sul?

O que pensariam todos os vascaínos que ajudaram a construir, seja com suor e sangue, seja com recursos, o estádio de São Januário, que de 27 até 40 foi o maior estádio do Brasil, um estádio construído sem UM TOSTÃO DO GOVERNO, que, muito pelo contrário, tentou prejudicar o projeto ao proibir a importação de cimento belga? E esse mesmo governo, com a cara-de-pau que só os políticos tiveram, têm e sempre terão, apareceu no dia da inauguração do estádio, representado pela figura do Sr. Presidente Washington Luis, como se nada tivesse acontecido.

Onde foram parar esses exemplos de caráter, de princípios, de moral?

Pois é. Um clube com uma história magnífica vem sendo destruído, impunemente por esse senhor nefasto, que transformou o "simpático clube de são cristovão", querido e admirado por diversas figuras nacionais, entre elas Pelé, no clube mais odiado do Brasil. E com razão. Se eu não fosse vascaíno, odiaria o Vasco só por permitir que uma figura como essa ainda tivesse espaço na midia e no futebol nacional.

Desculpem pelo desabafo que foge um pouco da característica e da proposta do blog. Mas os Euricos, Márcios Bragas, Perrelas e Dualibs continuam a infestar o futebol nacional porque nós brasileiros não temos vergonha na cara. Brilhantemente Charles de Gaule, ex-chefe de estado francês, proferiu a famosa frase, ao pousar em solo brasileiro: "O Brasil não é um país sério."

Um vascaíno, carioca e brasileiro envergonhado.

A Morte de um Gênio

Ontem o mundo perdeu o genial economista Milton Friedman, ganhador do prêmio nobel, "fundador" da escola monetarista de Chicago e uma das maiores personalidades do meio acadêmico contemporâneo.

Liberal radical e polêmico até a alma, Friedman ousou desafiar as idéias de Keynes no auge dos anos dourados do Estado de bem-estar social. Alertou para o crescente gasto dos governos, principalmente a gantança previdenciária e os crescentes benefícios sociais, que acabaram impactando nas pressões inflacionárias das décadas de 70 e 80.

Friedman teorizou sobre o controle da inflação através da regulação da oferta monetária, conhecido hoje como "regime de metas de inflação", utilizado atualmente pela maioria dos bancos centrais no mundo, através das práticas de mercado aberto (venda e recompra de titulos públicos).

Autor da famosa frase: "There's no free lunch.", ou seja, tudo tem seu custo, nada é de graça, para alguém ter um benefício, alguém tem que pagar o preço do outro lado.

Friedman, como bom liberal, era avesso à intervenção e regulação do mercado pelo governo. Um dos grandes pais do liberalismo moderno (não usarei neoliberalismo pelo conceito pejorativo que foi erroneamente atribuído ao mesmo).

Friedman também foi conselheiro econômico do governo Pinochet, no Chile. Preparou as principais cabeças chilenas para as reformas liberais que permitiram ao pequeno e montanhoso país sul-americano subir ao patamar em que se encontra hoje, uma "ilha" de desenvolvimento dentro do turbulento oceano latino-americano.

O mundo acordou menos sábio hoje. Lutemos para que suas idéias não morram também. Lutemos para que os alunos no ensino médio e superior deste país, que constantemente sofrem lavagem cerebral de seus professores mais "engajados" politicamente, não leiam somente O Capital, de Marx, mas também Capitalismo e Liberdade, de Friedman, para que possam enxergar o mundo de forma mais ampla, com os olhos mais abertos, e que possam fazer suas escolhas ideológicas tendo provado todas as fatias da pizza.

Não há nada mais liberal do que a liberdade de escolha. Seria uma justa homenagem a Friedman.

Obrigado, Mestre!

A Vovó-bomba!

Essa semana, o mais novo militante suicida homem-bomba palestino, na verdade de novo e de homem não tinha nada. Era uma singela senhora, no alto de seus 57 anos, 9 filhos e 41 netos. Ou seja, poderia ser a minha ou a sua mãe/avó.

Este blog levanta a dúvida que não quer calar: Se aos jovens mártires muçulmanos é prometido um paraíso cheio de virgens esperando do "outro lado", o que será prometido a estas singelas senhoras?

Será que o maridão "falecido" está lá esperando, com a ferramenta de trabalho funcionando novamente, para uma segunda lua-de-mel?

Encaminhem suas sugestões.

O cúmulo da Falta de Caráter

Que a Carta Capital e a Veja não se bicam a tempos, isso a gente já sabe. Ambas adotaram linhas editoriais em campos ideológicos totalmente opostos. Nada tenho contra isso. Muito pelo contrário, em uma democracia com imprensa livre, esse antagonismo não é só aceitável como extremamente necessário e saudável.

Agora, tudo tem limite. Quando a coisa sai do profissional e vai para o lado da agressão pessoal, temos que parar para refletir. Confesso não ser muito fã do Sr. Diogo Mainardi, mas o que o Sr. Mino Carta teve a coragem (ou a falta de caráter) de dizer sobre o filho deficiente do colunista da Veja é algo impublicável! Atitude rasteira, imoral e indecente.

Todo filho é especial, uma benção na vida dos pais, não importa sua condição. Jamais serão um castigo, não importa quantas mentes imorais pensem o contrário.

Lembro de um Vasco x Botafogo, no ano passado, jogado na Ilha do Governador (o Maracanã estava em reformas para o pan.) Em um certo momento, o atacante Romário passou perto do alambrado onde estava a torcida botafoguense. Um infeliz gritou algo do tipo: "Vai cuidar da tua filha retardada!" Na mesma hora o restante da torcida que estava no local cercou o sujeito para tirar satisfação, indignados com aquele comportamento. Não fosse a pm, o sujeito teria apanhado ali mesmo. O que prova que caráter não vem de posição social ou status, mas de uma sólida educação moral. Algo que os torcedores do Botafogo tiveram. Algo que o Sr. Mino Carta demonstrou não ter.

Deixo aqui meu apoio e admiração ao Mainardi, não pela humilhação sofrida, mas pela postura adotada, de não responder a algo tão baixo e vil. Eu, se estivesse no seu lugar, não teria essa nobreza de espírito. Teria feito como o Olavo de Carvalho sugeriu brilhantemente em sua coluna: dado uma sova no infeliz no meio da rua e em plena luz do dia, para ficar registrado.

Com família não se brinca. Especialmente com filhos.